domingo, 19 de dezembro de 2010

Relato geral do V Encontro (Por Mayne Santos CJ-BA)

V encontro...

Queridas e queridos CJs e juventude pelo meio ambiente desde minha saída do “Paraíso na Terra” que fiquei pensando nesse texto, uma pena eu não ter escrito logo, porque agora já são tantas demandas “da vida real”.
No geral quero dizer que esse re-encontro com o movimento foi muito especial. Apesar de ter dado tempo de tomar consciência de que o movimento começará a compreender como caminhar e se autogerir agora, acredito que nós crescemos como grupo, como movimento...

Mais incrível que o lugar (o qual me senti muito privilegiada),  foram os “encontros”. Foi ter a possibilidade de re-conhecer e conhecer pessoas que são lindas e fazem a diferença nesse mundo e nos preenchem de esperança. Agradeço a todos por tudo que ensinaram, pelo que me fizeram repensar, reavaliar, compreender, pelas interrogações e não só pelas respostas.

Penso que o lugar favoreceu para que produzíssemos muito e numa outra lógica... creio que para quem se permitiu sentir e experimentar o lugar favoreceu a reflexão sobre que “ambiente” esperamos alcançar, o que é qualidade, o que foi nos colocado a anos e a gente nem percebe...

E é por isso mesmo, que apesar de ter sido um belo encontro, também servirá para que talvez a gente repense algumas de nossas ações, de nossas estratégias, de nossas atitudes e de que mundo realmente a gente quer construir...

Nesse sentido, espero que após o encontro possamos reavaliar alguns pontos e que fiquemos sem “armaduras” e sem receios de saber que estamos sempre num processo de transformação e cabe a nós os resultados que queremos alcançar:

- O que é obrigatório nos incentiva a “quebrar as regras”? Ou estamos ainda fechados a novas experiências?

- Como conduzir um processo de aprendizado num espaço entre jovens “a mais tempo” e jovens mais jovens (CJtões e CJtinhas) sem necessariamente optarmos pela proibição de bebidas, cigarro e carne (que tal pensarmos nisso, sugerirmos, avaliarmos, transcendermos a possibilidade de quebrar as regras e chegarmos a uma nova possibilidade, consenso ou sugestão)? Existe um meio termo para isso e assim mesmo praticarmos práticas da educação socioambiental? Por que não trazer os por quês dessas decisões (comer ou não carne, fumar ou não fumar...)?

- Com exceção dos que não receberam o 3º comunicado e os que nunca haviam ido a um evento a convite do MEC, quem não sabia ou conhecia as proibições? Fomos obrigados a aceitar ou optamos por ir assim mesmo?

- Que valores queremos passar aos nossos que chegam? Como construir um espaço que cada vez mais respeitemos a fala do outro, por mais que pareça uma besteira (para o outro pode ser um aprendizado), por mais que a gente esteja “sem saco” para aquele espaço de aprendizado e construção coletiva? Como respeitar o direito de um festejar e o outro dormir (sem fazer cara feia para os que se incomodam com o barulho)? O que para um é perder tempo para outro pode ter uma outra importância ou valor (exemplo dormir)? Estamos construindo um mundo e um movimento com base no respeito às diferenças, com amor e companheirismo?

- Qual o papel do CJtão em relação ao aprendizado do CJtinha (com relação ao respeito, amor, coletividade, diferentes saberes)?

- Apesar de às vezes beber alguma coisa ou comer carne, fiquei pensando se será que essa lógica nos foi colocado como muitas outras e isso tornou tão comum que a gente nem se permite refletir nas possibilidades de mudança ou na necessidade de buscar outros modelos de vida sem tantas dependências ou “amarras”?

- Qual as estratégias que nós traçaremos para manter o movimento, caso não tenhamos o subsídio financeiro para encontros dos governos, como conduziremos o processo, o que ficou, como participaremos dos futuros processos relacionados ao movimento de juventude sociambientalista? E a Rio+20? Espero que a carta em construção já tenha chegado ou logo chegue a rede para que comecemos a pensar em como se articular para esse momento (acho interessante que os que facilitaram a oficina colocassem além da carta um breve relato sobre a importância de estarmos atentos a esse momento, como podemos participar etc)?

- Como estão os nossos membros ou movimento mediante responsabilidade com o uso do dinheiro público?

- Quem compõe o movimento de juventude ambientalista do nosso país?  O que e qual é a função dele?
No mais, quero dizer que me deu muita a alegria ao perceber que o movimento aos poucos tem chegado aos interiores dos estados. Não conseguiremos colaborar com a mudança positiva do mundo se os saberes, movimentos sociopolíticos, conhecimento científico, articulações se mantivessem nas capitais.
Agradeço a todos pela semana iluminada e cheia de aprendizado. Agradeço pelo amor de muitos, pelo respeito e não respeito de alguns a coletividade (todos são importantes para o aprendizado), agradeço a troca de conhecimento e a alguns por dividirem o conhecimento, a outros agradeço pela paciência em perceber que nem todos têm a mesma bagagem, a muitos pelo carinho em compartilhar o que tem de melhor, aos que fazem suas escolhas em aceitar ou quebrar as regras de forma tão suave (muita gente me trouxe muita “coisa”)... A aquele lugar eu agradeço por todo acolhimento, pela linda energia, pela paz, pela oportunidade que a MÃE TERRA me (ou nos) deu em estar num lugar tão especial... cerrado, natureza, energia, amor, vida... e vocês!!!!
Muito agradecida... A todos luz, sabedoria e amor nos corações (beijo especial no coração daqueles que eu não tive coragem ou jeito de chegar mais perto).

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